O NARVAL é um cetáceo que nada somente no Oceano Árctico,
em grupos de 2 a 12 animais, que fazem parte de rebanhos maiores. Nada frequentemente de barriga para cima, quase que em "slow motion", muito embora e quando perseguidos sejam muito rápidos. Migram sazonalmente enquanto a borda do gelo se move e podem ser encontrados em zonas de gelo bastante grosso.
Foi caçado durante cerca de mil anos, pondo em perigo até a sobrevivência da espécie, por causa do seu dente comprido e espiralado. Este atingiu sempre preços altíssimos porque se acreditava que ele era o corno do Unicórnio mítico, chegando na idade Média a valer literalmente o seu peso em ouro.
O narval possui apenas dois dentes na mandíbula superior. Nos machos o dente da esquerda continua a crescer em espiral, chegando a atingir os 3 metros. Foram os Vikings, ou talvez os habitantes da tundra siberiana, os primeiros a trazer para a Europa presas de narval, então procuradas quer pelo marfim quer pelo poder que lhes atribuíam de neutralizar venenos e propriedades mágicas.
Há séculos a presa do narval, uma espécie de baleia que habita o Ártico, tem fascinado e intrigado a humanidade.
No século 16, a rainha Elizabeth recebeu uma presa avaliada em 10 mil libras esterlinas -o preço de um castelo. E uma lenda austríaca dá conta de que o imperador Carlos 5º pagou uma grande dívida nacional com duas presas do animal.
Os cientistas há muito tentam explicar por que uma baleia que vive em águas árticas, se alimentando de bacalhau e outras criaturas que prosperam em meio ao gelo marinho, haveria de ter uma presa comprida.
As teorias sobre como o narval as utiliza incluem quebrar gelo, arpoar peixes, furar navios, transmitir sons, dissipar calor em excesso do corpo, revirar o leito marinho atrás de comida e seduzir fêmeas.
Uma equipa da Universidade Harvard e do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA agora fez uma descoberta surpreendente: a presa forma um órgão sensorial de tamanho e sensibilidade excepcionais, tornando o apêndice um dos mais notáveis do planeta.
A descoberta aconteceu quando a equipa passou o material da presa num microscópio eletrônico e descobriu novas suptilezas da anatomia dentária do narval.
Os 'close-ups' mostraram que 10 milhões de terminações nervosas saem do centro da presa em direção à sua superfície, em contato com o mundo exterior. Os cientistas dizem que os nervos são capazes de detectar mudanças subtis de temperatura, pressão, gradientes de partículas e provavelmente muito mais, dando ao animal uma percepção única.
"Essa baleia é especialista em compreender o seu meio", disse Martin T. Nweeia, da Escola de Medicina Dental de Harvard, líder do grupo de pesquisa.
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