Irão proibe filmes extrangeiros
O comitê de clérigos islamicos no Irão, orientado pelo novo presidente de linha dura Mahmoud Ahmadinejad, proibiu esta semana os filmes extrangeiros, num esforço de varrer o que chamaram "a corrupta cultura ocidental".
Os elementos que foram especificamente mencionados para implementar a visão governamental da cultura muçulmana do Irão, incluem o álcool, as drogas, os secularists, os liberais, os anarquistas e os feministas.
A proibição que segue as promessas da campanha do Sr. Ahmadinejad de promover a cultura Islâmica e de confrontar o que chamou uma invasão cultural pelo ocidente, aponta um distanciamento do Estado nas políticas culturais de abertura do anterior presidente reformista Mohammad Khatami que incentivou a coexistência e o diálogo cultural entre civilizações.
Muitos peritos e oficiais dizem que a proibição causará somente que oa Iranianos voltarão ao mercado negro de videocassettes ocidentais e às transmissões extrangeiras da televisão via satélite. Compreende-se que a proibição terá pouco efeito nos cinemas onde poucos filmes ocidentais são exibidos de qualquer maneira, mas poderia dramaticamente mudar a televisão, onde todas os canais são controladas pelo Estado e supervisionados por religiosos da linha dura.
A televisão tutelada pelo Estado tem mostrado até agora filmes extrangeiras após censura de muitas cenas julgadas imorais ou ofensivas. Os filmes considerados hosteis aos valores islâmicos proclamados e defendidos pela classe dirigente já são completamente proibidas.
"Esta nova proibição parece ser parte de uma campanha para empurrar o Irão para os anos de 1980 e para impôr as mesmas limitações que foram somente facilitadas sob Khatami. Mas será impossível fazer regressar o Irão aos anos 80," disse o professor de relações internacionais Davoud Hermidas Bavand.
Fonte: Guardian Unlimited (26/10/2005)
Sem comentários:
Enviar um comentário