terça-feira, setembro 26, 2006

Imperador Manuel II

Moeda com efígie do Imperador Bizantino Manuel II


Manuel II Paleólogo era o segundo filho do imperador João V Paleólogo (1341–1376, 1379–1390, 1390–1391) e da sua mulher Helena Cantacuzena. Os seus avós maternos eram o imperador João VI Cantacuzeno (1347–1354) e Irene Asanina.

Feito despotēs pelo seu pai, o futuro Manuel II viajou para o Ocidente procurando granjear apoio para o Império Bizantino em 1365 e em 1370, desempenhando o cargo de governador de Tessalónica a partir de 1369.

A tentativa falhada de usurpação do trono pelo seu irmão mais velho Andrónico IV Paleólogo em 1373 levou a que Manuel fosse proclamado herdeiro do trono e co-imperador juntamente com o seu pai. Em 1376–1379 e novamente em 1390 foram ambos destronados por Andrónico IV e depois pelo filho deste, João VII, mas Manuel derrotou pessoalmente o seu sobrinho com o auxílio de Veneza em 1390. Embora João V tivesse sido reposto no trono, Manuel foi obrigado a ser um refém na corte do sultão otomano Bajazeto I em Bursa. Durante o seu cativeiro Manuel viu-se forçado a participar na campanha otomana que conquistou Filadélfia, o último enclave bizantino na Anatólia.

Tendo tido notícia da morte do seu pai em Fevereiro de 1391, Manuel II evadiu-se da corte turca e reentrou em Constantinopla a fim de precaver-se contra qualquer golpe ou pretensão do seu sobrinho João VII. Apesar da melhoria das relações entre Manuel II e João VII, o sultão Bayaceto I montou cerco a Constantinopla de 1394 a 1402.

Manuel II era alto, elegante, e excelente guerreiro.... O seu grande rival, o sultão Bayaceto, reconhecia o porte do imperador Manuel II. Cercado pelos turcos, os cristãos foram em sua ajuda até Constantinopla.

Depois de cinco anos de cerco, Manuel II confiou a regência a João VII e partiu para uma longa viagem pelas cortes ocidentais, tendo visitado Inglaterra, França, o Sacro Império Romano-Germânico e Aragão, procurando auxílio contra o Império Otomano.

Entretanto a cruzada anti-otomana sob a liderança do rei da Hungria Segismundo fracassou na batalha de Nicópolis, em 25 de Setembro de 1396, mas os otomanos foram em seguida eles próprios esmagados por Tamerlão na batalha de Ancara em 1402. Enquanto os filhos de Bajazeto I se guerreavam durante o Interregno Otomano, João VII conseguiu recuperar para o Império a margem europeia do mar de Mármara e Tessalónica. Quando Manuel II regressou da sua viagem em 1403, João VII entregou o poder ao imperador e foi recompensado com o governo da recém-recuperada Tessalónica.

Manuel II aproveitou este período de calma para melhorar as defesas do Despotado da Moreia, onde o Império Bizantino estava a conseguir expandir-se à custa dos resquícios do Império Latino. Aqui Manuel II supervisionou a construção do Hexamilion, uma muralha que atravessava o istmo de Corinto, destinada a defender o Peloponeso dos otomanos.

Manuel II desenvolveu relações amigáveis com o vencedor da guerra civil otomana, o sultão Maomé I (1402–1421), mas as suas tentativas de ingerir-se na sucessão deste levaram a que Murad II (1421–1451) atacasse Constantinopla em 1422. Nos últimos anos da sua vida Manuel II delegou quase todos os deveres oficiais no seu filho e herdeiro João VIII e em 1424 foram obrigados a assinar um tratado de paz com os otomanos, pelo qual o Império Bizantino se tornava um tributário do sultão. Manuel II faleceu em 21 de Julho de 1425.

Manuel II foi o autor de numerosas obras sobre diversos assuntos, incluindo cartas, peomas, vidas de santos, tratados teológicos e sobre retórica, e de uma epitáfio para o seu irmão Teodoro I Paleólogo.

No seu discurso de 12 de Setembro, na Universidade de Ratisbona, na Alemanha, sua terra natal, Bento XVI pronunciou a frase a seguir indicada que deu aso a severas críticas do lado dos muçulmanos:

"Mostra-me então o que Maomé trouxe de novo. Não encontrarás senão coisas más e desumanas, tal como o mandamento de defender pela espada a fé que elepregava - e isto é irracional."

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