Carlos Paredes
16-02-1925 / 2004-07-23
O homem que "universalizou a guitarra portuguesa"
"Várias personalidades da sociedade portuguesa realçaram, à agência Lusa o virtuosismo, originalidade e a cultura humanista do músico Carlos Paredes, falecido hoje em Lisboa, após prolongada doença.
Lusa
A par da sua dimensão artística, colegas e amigos destacaram "a vertente humana" do homem que "universalizou a guitarra portuguesa", segundo o poeta Manuel Alegre. Para o musicólogo Rui Vieira Nery a música e a personalidade artística de Paredes "impõem-se por si próprias".
Obra de um "artista genial", conforme salientou o Presidente da República, Jorge Sampaio, que "em nome de Portugal" homenageou o artista "que tanto projectou o nosso país" e o "cidadão exemplar e homem bom".
Fernando Alvim, seu acompanhante de 1959 a 1984, afirmou que "a música de Paredes reflectiu muito o amor que tinha ao país". A ministra da Cultura, Maria João Bustorff, enfatizou, por seu turno, "o universo de emoções" que é a música de Paredes "que em muito transcende as fronteiras" portuguesas.
Na música de Paredes confluem várias influências – segundo Vieira Nery - "mas sempre com uma matriz portuguesa", como disse o guitarrista António Chaínho. Opinião idêntica manifestou o coreógrafo Vasco Wallemkamp que sublinhou a sua proximidade a um sentido da alma portuguesa.
À genialidade apontada é também referido "o homem bom" e "o profundo humanismo". "Carlos Paredes é, para mim, uma referência humana e cultural, juntamente com Adriano Correia de Oliveira, representa o melhor que há de nós em termos humanos e culturais", disse o fadista Carlos do Carmo.
Luísa Amaro, sua companheira no palco e na vida, afirmou que Paredes "era um homem bom". "A grande dimensão humana" foi também salientada pelo Partido Comunista Português, de que era membro desde 1958. Uma militância "merecedora de todo o respeito" conforme disse à Lusa Carlos do Carmo.
"Homem reservado e fechado", segundo o construtor de guitarras Gilberto Grácio, Carlos Paredes morreu hoje em Lisboa com "a tranquilidade de quem sabe que está com a missão cumprida", disse Luísa Amaro."
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