Futuro presidente do Iraque

Futuro presidente do Iraque, al-Yawer, um homem de negócios

"O futuro chefe de Estado iraquiano, Ghazi al-Yawer, escolhido hoje pela coligação e pelo Conselho de Governo é um hábil homem de negócios, sobrinho do chefe dos Chammar, uma das maiores tribos do país.

Ghazi al-Yawer, 46 anos, estudou engenharia na universidade George Washington, na capital federal norte-americana, depois instalou-se na Arábia Saudita onde abriu uma próspera empresa.

É visto como um hábil homem de negócios, capaz de aliar a cultura ocidental e oriental.

A queda do antigo ditador, Saddam Husseim, acabou por mudar os planos do futuro chefe de Estado iraquiano.

«Eu estava no negócio das telecomunicações na Arábia Saudita. Deixei tudo atrás de mim, a família, a minha mulher, os meus quatro filhos, os meus negócios» para regressar ao Iraque, afirmou Al-Yawer aos jornalistas há cerca de um ano.

A tribo dos Chammar, a que pertence, integra três milhões de sunitas e xiitas, espalhando-se desde o norte da Síria ao sul da Arábia Saudita passando pelo Iraque e o Kuwait.

Quando Saddam Hussein invadiu o emirado no Verão de 1990, o tio de Al-Yawer, o xeque Mohsen al-Yawer, deslocou-se para o exílio em Londres.

Na Primavera de 2003, quando a coligação derrubou o regime em Bagdad, o tio voltou ao seu feudo de Mossul, no norte do Iraque.

O xeque Mohsen al-Yawer pediu nessa altura ao sobrinho para voltar, e em Julho Ghazi al-Yawer é nomeado membro do Conselho de governo, integrado na quota sunita.

Em Abril, durante a batalha de Faluja, a cidade sunita rebelde a oeste de Bagdad, Al-Yawer insistiu na paz e quis participar nas negociações para colocar fim aos combates.

Considerado um homem pragmático, Al-Yawer fez em Abril um severo juízo sobre o Conselho de governo. «Fracassámos», admitiu a um jornalista norte-americano.

«Estamos sentados enquanto o país está em fogo e falamos de procedimentos. Parecemos os bizantinos em Constantinopla, que discutiam o sexo dos anjos enquanto o inimigo estava às portas da cidade», comentou.

Depois do assassínio de Ezzedine Salim, a 17 de Maio, Al-Yawer foi o sucessor na presidência rotativa do Conselho de Governo, que deverá ser dissolvido a 30 de Junho com a transferência de poderes da coligação."