quinta-feira, maio 20, 2004

A evolução das comunicações

Os conteúdos credíveis da informação

De Manoel Nascimento Carrillo, publicado no Diário Digital, reproduzimos o respectivo texto:


" A evolução das comunicações temos ultimamente assistido a uma recepção de todos os tipos de informação, ora através dos meios tradicionais, ora através das novas tecnologias da informação.
Toda a informação tem que ser obviamente muito bem avaliada e muito bem analisada para se saber bem, não só qual a sua origem, mas também a sua autenticidade. Por exemplo na Internet cada um de nós pode muito bem editar e colocar em “on-line” o que quer e o que muito bem lhe apetecer. Tem que haver ou criar-se mecanismos cada vez mais sofisticados para que se possamos ter uma defesa desta informação globalmente veiculada.

Começam igualmente a surgir com maior assiduidade erros gramaticais, ortográficos e tipográficos. A informação também é muitas vezes imprecisa. Algumas informações poderão eventualmente conter insinuações graves e apenas servem as cobardes intenções de prejudicar quem quer que seja. Dizia-me alguém num outro dia que não há informação independente. Até certo ponto posso estar de acordo. Mas mesmo que não seja independente, a informação pode ser isenta e a isenção faz parte do jornalismo credível, única e deontologicamente aceitável.

Tomemos por exemplo a notícia das sevícias e dos horrores das torturas praticados por militares no Iraque. Essa informação foi veiculada com um suporte fotográfico e em muitas delas a maior parte dos peritos afirmaram que poderiam ser falsas, tendo presente o equipamento militar utilizado.

Todos nós somos contra todo este tipo de torturas! Contudo nota-se uma fantástica onda de aproveitamento de uma informação considerada precisa, com a posterior veiculação bem metamorfoseada pelos mais diversos canais de informação, de outras informações falsas ou imprecisas, aliás oportunamente ampliadas com a óbvia e notória intenção de prejudicar os agentes implicados ou não em determinado facto ou acontecimento.

Há uma técnica parecida que é por vezes muito utilizada nas capas das revistas “cor-de-rosa”, muito especialmente nas revistas que têm pouca credibilidade ou que vendem pouco. A táctica é uma insinuação ou mesmo uma interrogação sobre determinada figura pública mais ou menos mediática na capa. Ora o intuito é chamar a atenção para a compra através da notícia da capa e na maior parte das vezes o conteúdo da informação interior tem um significado completamente diferente do título inscrito na capa.

Por exemplo insinua-se que uma figura pública fez isto e aquilo, anda com este, com esta. com aquele ou com aquela, mas na realidade tudo não passa de uma insinuação. Ora o melhor e mais caricato é quando se mostra um casal, um par de namorados ou uma família, depois insinua-se que está em crise, ou em vias de separação e que tem este e aquele problema económico, para depois no conteúdo interior informarem precisamente o contrário.

Mas o mais caricato é quando por exemplo um dos visados casais é visto muito apaixonado nas ruas e as pessoas ficam incrédulas, começando dizer isto e aquilo da própria publicação, mas depois esquecem-se e continuam a comprar a mesma publicação desde que na sua capa apreça uma insinuação atractiva ou mesmo uma notícia convidativa por muito imprecisa que seja.

Enfim cada um tem a informação que merece. A isenção e a total credibilidade são mesmo essenciais para que a informação veiculada tenha aceitação. Todos os conteúdos devem ser bem analisados.

Para bem de uma cultura democrática chamamos a atenção dos mais conceituados jornalistas portugueses que continuam a dar urgentemente lições aos mais novos, para estes aprenderem bem como se deve fazer um jornalismo de informação, sem erros, isento e credível."

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