domingo, maio 16, 2004

ÁFRICA DO SUL

África do Sul, um vencedor anunciado
«África, temos confiança em ti em 2010.» Quando Joseph Blatter, presidente da FIFA, anunciou o nome da candidatura vencedora a organizar o Campeonato do Mundo de futebol dentro de seis anos, Nelson Mandela levou as mãos ao rosto e sorriu... sorriu muito. Melhor do que ninguém, o grande símbolo da democracia sul-africana sabe o contributo que a atribuição da organização da mais importante prova de futebol mundial pode ter para que o seu país exclua de vez do dicionário a palavra apartheid. «Sinto-me muito jovem hoje. Esta vitória é extraordinária», disse comovido Mandela, Prémio Nobel da Paz e antigo Presidente sul-africano, de 85 anos, que também marcou presença em Zurique, onde decorreu a eleição.

A África do Sul foi escolhida logo na primeira volta do escrutínio, ao receber 14 votos, contra 10 de Marrocos. A candidatura do Egipto, a terceira que chegou até à fase da votação na Comissão Executiva da FIFA, não recebeu qualquer voto, enquanto as da Tunísia e da Líbia não foram a votos. A candidatura tunisina desistiu sexta-feira, por não ter sido autorizada uma organização conjunta com a Líbia, enquanto a FIFA anunciou ontem a exclusão da Líbia por a sua candidatura conter elementos que não respeitavam o caderno de encargos. Mas ao que tudo indica, na base desta exclusão está o facto de a Líbia ter admitido que recusaria acolher a selecção de Israel caso esta se qualificasse.

«A África do Sul é um país que ilustra perfeitamente o contexto multirracial e penso que será perfeitamente capaz de organizar um Mundial», comentou Blatter, que é o principal responsável pela onda que tomou conta do país. É que foi dele a promessa - na campanha eleitoral para a presidência da FIFA - de que o Mundial de 2010 seria em África."

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