1º de Maio - As origens do Dia do Trabalhador
" À semelhança de muitas outras datas, o 1º de Maio começou, em tempos idos, por ser celebrado como um ritual pagão que dava as boas-vindas à estação estival. Ao longo dos séculos, alargou-se, porém, a uma nova ideologia: a do socialismo operário.
O 1º de Maio começou como um festival pagão que marcava a transição do Inverno para o Verão e celebrava as primeiras colheitas da Primavera. Era, igualmente, a celebração da fertilidade – nos tempos ancestrais, era costume os casais mais enamorados recolherem-se na mata para aí darem aso aos seus devaneios sexuais.
Todos os níveis da hierarquia social eram envolvidos, facto que os puritanos do século XVI consideravam ofensivo, banindo, em 1644, o "Dia de Maio".
As festividades da data só regressaram com Carlos II, em 1660, ainda que sem a robustez de outrora. Já no século XIX, em plena era victoriana, o dia ganhou um cunho distinto, abandonando-se a ideia de fertilidade.
Os mártires de Haymarket
As origens do dia tal como é hoje vivido, remontam, todavia, ao século XIX. A 1 de Maio de 1886, nos Estados Unidos, os trabalhadores convocam greves em todo o país, e também no Canadá, como forma de pressão na luta pela jornada de oito horas de trabalho. Em Chicago, a polícia ataca os operários em greve. Morrem seis trabalhadores.
No dia seguinte, uma bomba explode numa manifestação do movimento operário na Praça de Haymarket, em Chicago. Oito polícias perdem a vida. As autoridades detêm oito sindicalistas: quatro são acusados de homicídio e posteriormente enforcados no Estado de Illinois. Ficam conhecidos como os "Mártires de Haymarket".
Em 1889, a Federação Americana do Trabalho e o Congresso Internacional Operário declaram o 1º de Maio como o feriado internacional dos trabalhadores, em homenagem aos "mártires".
São organizadas manifestações nos Estados Unidos, no Canadá e também nos principais centros industriais europeus. A bandeira vermelha torna-se no símbolo do sangue heróico dos que morreram pela causa da classe trabalhadora.
Com o tempo, a data perde importância, que só volta a conquistar com a Revolução Bolchevique, que lhe devolve a dimensão operária e de defesa de uma sociedade mais justa.
Nos Estados Unidos, a data é actualmente comemorada a 3 de Setembro, em alusão ao período de colheitas, e no Canadá o feriado designa-se por "Dia de Oito Horas". Na Europa, Maio é o mês escolhido para assinalar a data.
Em Portugal, o dia ganha um cunho especial em 1974 quando, menos de um mês depois da Revolução, 500 mil pessoas se manifestaram em Lisboa, a par de outras manifestações no país."
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