segunda-feira, maio 31, 2004

TIMOR-LESTE

Encontro de Xanana com Wiranto causa desagrado

"Dezenas de manifestantes criticaram de viva voz o presidente timorense, Xanana Gusmão, pelo encontro que manteve sábado em Bali com o ex-ministro indonésio Wiranto, acusado de crimes contra a Humanidade em Timor-Leste.

Os timorenses não se conformam com o abraço de Xanana a Wiranto. Empunhando cartazes a exigir justiça e a execução do mandado de captura contra Wiranto, manifestantes esperaram Xanana Gusmão à chegada a Timor e elevaram as vozes de tal modo que o presidente saiu do carro e dirigir-se ao grupo, com quem dialogou.

Numa conversa em tétum, marcada pela emoção e pela tensão, Xanana ouviu os manifestantes dizerem-lhe o quanto ficaram desagradados com o encontro que manteve em Bali com o que denominam «criminoso Wiranto», que recordam ser alvo de um mandado de captura por crimes contra a Humanidade cometidos em Timor-Leste em 1999.

Na resposta, Xanana Gusmão recordou que em 1983, aquando das negociações encetadas com as forças armadas indonésias (TNI), foi convidado a aceitar benesses e mordomias «superiores às garantidas pelo estatuto de Presidente da República».

Joaquim Fonseca, porta-voz dos manifestantes e membro da organização não-governamental HAK, ligada à defesa dos Direitos Humanos, repudiou o que classificou como «diálogo com criminosos» em declarações à Lusa.

«A luta pela justiça vai continuar. [o encontro de Xanana com Wiranto] constitui a negação dos princípios da luta pela independência. Negociar com um criminoso é negar os princípios da justiça», vincou."

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